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PLANOS AGROECOLÓGICOS TERRITORIALIZADOS
Os planos agroecológicos territorializados são instrumentos de diagnóstico, planejamento e monitoramento das ações relacionadas às práticas agroecológocas e outras atividades associadas e são elaborados pelas comunidades com o apoio do OTSS. Como método de elaboração dos planos, a Incubadora de Tencologias Sociais se inspira no método LUME de análise econômica e ecológica de agroecossistemas. O método foi desenvolvido por organizações sociais e executores de políticas públicas do campo da agroecologia e é majoritamente utilizado em unidades da agricultura familiar que estão em processo de transição para a agroecologia. Sua utlização entre as comunidades tradicionais aponta potencialidades assim como limitações, visto as particularidades presentes entre as práticas de manejo de agroecossitemas comumente realizadas nessas comunidades.
PROBLEMA SOLUCIONADO
A manutenção e reprodução das atividades e do conhecimento relacionados à agricultura e manejo dos agroecossitemas pelas comunidades tradicionais são orientadas por diversos aspectos que consideram a ancestralidade, cultura, organização social e outras dimensões que caracterizam seus modos de vida. Ao mesmo tempo, as comunidades enfrentam questões que comprometem a reprodução da agricultura tradicional e ameaçam as práticas e os conhecimentos tradicionais de manejo dos agroecossitemas. A defesa do território e a agroeocologia se fazem presentes como forma de enfrentar um cenário de marginaldade frente às políticas públicas, destacadamente aquelas que fortaleçam a segurança e soberania alimentar e nutricional e frente aos processos que comprometem a garantia de uso, cuidado e manutenção da vida no território.
SOLUÇÃO ADOTADA
No eixo de comercialização, o OTSS apoiou o acesso das comunidades às políticas públicas voltadas para a comercialização de alimentos e incentivou iniciativas próprias de comercialização em circuitos curtos territorializados. Foram promovidos espaços e momentos de troca de conhecimento e experiências através de intercâmbios e partilhas, fortalecendo a rede de agroecologia em diversos níveis territoriais.
A formação em gestão, organização e governança de empreendimentos, associações, grupos e outros instrumentos de organização social relacionados à agricultura e ao artesanato foi um componente crucial. O OTSS também apoiou a incidência política, promovendo diálogos com instituições públicas responsáveis pelas políticas públicas relacionadas à agricultura e à defesa do território.
Além disso, houve um esforço contínuo para aproximar, participar e construir redes de agroecologia, fortalecendo a coesão e a colaboração entre as comunidades e outras entidades envolvidas. Essas ações não apenas promoveram a sustentabilidade e a resiliência dos agroecossistemas, mas também fortaleceram a organização social e a capacidade de autogestão das comunidades, contribuindo para a justiça socioambiental e a preservação dos territórios tradicionais.
RESULTADO ALCANÇADO
Dentre as aldeias, destacam-se os resultados obtidos na Aldeia Itaxi Mirim, localizada na bacia hidrográfica do Rio Carapitanga. A ampla participação da juventude nos processos de implantação e manejo da área coletiva de plantio possibilitou o encontro de gerações e o diálogo entre o conhecimento tradicional guarani e os princípios agroecológicos. Como resultado, houve uma produção satisfatória de feijão e milho, os primeiros alimentos colhidos naquela área. Além disso, a continuidade e o aprofundamento da formação da juventude em agroecologia foram possibilitados, permitindo a implantação de sistemas agroflorestais ainda mais diversificados e complexos. Isso ampliou as estratégias de manejo para a manutenção e garantia da segurança e soberania alimentar e nutricional da comunidade.
As ações em agroecologia da ITS contribuíram para uma mudança de percepção sobre os produtores rurais e as comunidades tradicionais na Mata Atlântica. Essas comunidades passaram a demonstrar o valor agregado dos produtos da sociobiodiversidade e agroecológicos, expressando uma vertente da conservação ambiental com protagonismo social. Fortalecer as atividades de agroecologia, que já são realizadas tradicionalmente nessas comunidades, é também um posicionamento político em defesa de um modelo produtivo contrário ao do agronegócio. Este modelo tem ameaçado não só a sobrevivência das comunidades tradicionais do Brasil, mas também o equilíbrio da vida no planeta, além de alimentar um sistema socioeconômico gerador de desigualdades e injustiças.
Outros resultados alcançados incluem:
Aumento da oferta de alimentos agroecológicos pela implantação de um pomar diversificado na Aldeia Araponga, destacando o protagonismo da juventude na implantação.
Aumento da agrobiodiversidade dos sistemas agroecológicos com a introdução de variedades de sementes e apoio às práticas tradicionais de manejo dos agroecossistemas.
Apoio ao Quilombo do Campinho na participação do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) no município de Paraty/RJ.
Apoio na agroindustrialização dos frutos da palmeira juçara nos Quilombos do Campinho e da Fazenda, através da aquisição de equipamentos necessários ao processamento e apoio com recursos para a logística de colheita.
Elaboração de laudos exigidos para a abertura de novas roças no Quilombo do Campinho.
Apoio com equipamentos, ferramentas e recursos para a logística de realização de mutirões de manejo dos agroecossistemas no Quilombo do Campinho, Quilombo da Fazenda, Aldeia Itaxi e Aldeia Araponga.
Incidência sobre o legislativo estadual do Rio de Janeiro visando a proposição de políticas públicas de apoio a agricultores e comunidades tradicionais que sofrem perdas na produção devido aos eventos ocasionados pela crise climática.
Aumento da incidência e apoio à participação das comunidades tradicionais, com destaque para a juventude, nas redes e articulações da agroecologia em múltiplas escalas.
Realização de capacitação em gestão de empreendimentos das comunidades tradicionais relacionados à oferta de serviços de alimentação e comercialização de produtos agroecológicos e artesanatos.
Esses resultados demonstram o impacto positivo das ações de fortalecimento do agroextrativismo e da agroecologia nas comunidades tradicionais, promovendo a sustentabilidade, a justiça socioambiental e a valorização dos conhecimentos e práticas locais.