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Pesca Artesal de Cerco Flutuante

MULTIRÕES

Os mutirões representam uma tecnologia social baseada no trabalho coletivo e solidário, onde membros de uma comunidade se unem para realizar atividades de interesse comum. Este modelo de cooperação é amplamente utilizado em comunidades tradicionais, especialmente em contextos de agricultura, construção e manutenção de infraestruturas. Ao reunir esforços coletivos, os mutirões asseguram a disponibilidade da força de trabalho necessária para a execução de tarefas que seriam difíceis de realizar individualmente, fortalecendo os laços sociais e promovendo a coesão comunitária.

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Pesca Artesanal

PROBLEMA SOLUCIONADO

A disponibilidade de força de trabalho na agricultura é um desafio significativo, especialmente diante do envelhecimento da população que se dedica a essa atividade e do limitado acesso a instrumentos, ferramentas e tecnologias que possam tornar o trabalho mais eficiente e menos penoso. Além disso, a transição geracional das atividades agrícolas enfrenta dificuldades devido à migração da juventude em busca de trabalho, educação e acesso à renda, entre outros direitos frequentemente negados às comunidades tradicionais, como o acesso à terra, ao uso tradicional dos territórios, ao trabalho e à moradia. Os mutirões, ao promoverem o trabalho coletivo e solidário, ajudam a mitigar esses problemas ao garantir a força de trabalho necessária para a execução de tarefas agrícolas e de manutenção de infraestruturas. Eles também fortalecem os laços comunitários e incentivam a participação da juventude, promovendo a transmissão de conhecimentos tradicionais e a sustentabilidade das práticas agrícolas. Dessa forma, os mutirões contribuem para a continuidade das atividades agrícolas nas comunidades tradicionais, ao mesmo tempo em que promovem a justiça social e a preservação cultural.

SOLUÇÃO ADOTADA

Para enfrentar os desafios relacionados à disponibilidade de força de trabalho na agricultura e à transição geracional, foi adotada a solução de apoiar a realização de mutirões em diferentes frentes de trabalho, com ênfase na agroecologia e na participação ativa das juventudes. A metodologia implementada inclui diversos passos essenciais. Primeiramente, são realizadas reuniões com a comunidade para discutir a importância dos mutirões de trabalho coletivo e identificar as atividades agrícolas que necessitam de maior força de trabalho. Em seguida, é estabelecida uma agenda de mutirões, considerando as demandas sazonais e as disponibilidades de tempo das famílias envolvidas.
Identificam-se então as tarefas agrícolas a serem realizadas nos mutirões, como preparo do solo, plantio, colheita, manejo de animais, entre outras. As tarefas são divididas de acordo com as habilidades e conhecimentos de cada família, garantindo uma distribuição equitativa das responsabilidades. Para assegurar a eficiência das atividades, é fundamental garantir que todos os materiais e recursos necessários estejam disponíveis, como sementes, ferramentas agrícolas, equipamentos e insumos. Além disso, verifica-se a necessidade de mobilizar recursos adicionais por meio de parcerias ou doações.
Com a agenda definida, as datas específicas para a realização dos mutirões são agendadas e comunicadas a toda a comunidade. No dia do mutirão, as famílias participantes se reúnem em um local central para iniciar as atividades planejadas. Durante o trabalho coletivo, promove-se um ambiente de colaboração, troca de conhecimentos e apoio mútuo. Para fortalecer os laços sociais e valorizar a cultura alimentar local, são organizadas refeições comunitárias durante os mutirões, incentivando a partilha de alimentos preparados pelas famílias participantes.
Após a conclusão dos mutirões, realiza-se uma avaliação conjunta com a comunidade, discutindo os resultados alcançados, os desafios enfrentados e as lições aprendidas. As conquistas coletivas são celebradas e o esforço e a contribuição de cada família participante são reconhecidos. Essa abordagem não só garante a força de trabalho necessária para as atividades agrícolas, mas também fortalece os laços comunitários, promove a participação da juventude e assegura a transmissão de conhecimentos tradicionais. Ao mesmo tempo, contribui para a sustentabilidade das práticas agrícolas e para a justiça social nas comunidades tradicionais.

RESULTADO ALCANÇADO

A implementação da metodologia de mutirões resultou em inúmeros benefícios tangíveis e intangíveis para as comunidades envolvidas. Diversos mutirões foram realizados no território, abrangendo uma ampla gama de áreas e promovendo o desenvolvimento sustentável e a coesão social.
Na área de agroecologia, os mutirões permitiram a implementação de práticas agrícolas sustentáveis, como o preparo do solo, plantio, colheita e manejo de animais. Essas atividades não só aumentaram a produtividade agrícola, mas também promoveram a conservação ambiental e a segurança alimentar das comunidades.
No turismo de base comunitária, os mutirões contribuíram para a criação e manutenção de infraestruturas turísticas que valorizam a cultura local e geram renda para as famílias. A participação comunitária nesses projetos garantiu que o desenvolvimento turístico fosse inclusivo e respeitasse os modos de vida tradicionais.
A construção de sistemas de saneamento ecológico foi outro resultado significativo dos mutirões. Esses sistemas melhoraram as condições de saúde e higiene das comunidades, reduzindo a incidência de doenças e promovendo a sustentabilidade ambiental.
Além disso, os mutirões possibilitaram a construção de viveiros, que são essenciais para a produção de mudas e a recuperação de áreas degradadas. Esses viveiros também servem como espaços de aprendizado e troca de conhecimentos sobre práticas agroecológicas.
A reestruturação de casas de farinha foi um marco importante para a valorização e preservação das tradições culturais. Essas casas são centrais para a produção de farinha de mandioca, um alimento básico para muitas comunidades, e sua modernização garantiu a continuidade dessa prática tradicional.
Por fim, a construção de casas de reza em aldeias indígenas fortaleceu a espiritualidade e a coesão social dessas comunidades. Esses espaços são fundamentais para a realização de rituais e cerimônias que são parte integrante da identidade cultural indígena.
Em resumo, os mutirões realizados no território resultaram em avanços significativos em diversas áreas, promovendo o desenvolvimento sustentável, a justiça social e a preservação cultural. A participação ativa das juventudes e das famílias garantiu que esses projetos fossem inclusivos e atendessem às necessidades reais das comunidades, fortalecendo os laços sociais e a resiliência comunitária.

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