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ARTICULAÇÃO INTERÉTNICA PARA PROMOÇÃO DO TURISMO DE BASE COMUNITÁRIA (REDE NHANDEREKO)
A Rede de Turismo de Base Comunitária (Rede Nhandereko) é uma iniciativa que reúne diversas comunidades, empreendimentos coletivos, individuais e familiares de caiçaras, indígenas e quilombolas integrantes do Fórum de Comunidades Tradicionais. A iniciativa leva no nome a palavra guarani Nhandereko, que significa “o nosso jeito de ser”.
PROBLEMA SOLUCIONADO
Desde sua criação, o Fórum de Comunidades Tradicionais (FCT) tem se dedicado a formar uma rede de Turismo de Base Comunitária (TBC) na região. A partir de 2016, com a realização das "Partilhas em Turismo de Base Comunitária", diversas ações foram implementadas nas comunidades, articuladas pelo Fórum e apoiadas pela Incubadora de Tecnologias Sociais do OTSS. A Rede Nhandereko foi criada com o objetivo de fortalecer as práticas já existentes nesse território e proporcionar aos viajantes experiências autênticas e singulares.
A Rede Nhandereko oferece aos visitantes vivências imersivas dentro das comunidades, guiadas pelo intercâmbio de saberes com os moradores locais. Em oposição ao turismo de massa, a Rede acredita que o turismo de base comunitária promove formação, autonomia e protagonismo por meio de iniciativas turísticas que valorizam os modos de vida tradicionais. Essa abordagem não apenas gera renda dentro das comunidades, mas também contribui para a preservação e valorização de suas culturas e tradições.
SOLUÇÃO ADOTADA
Para promover um desenvolvimento sustentável e solidário, pautado na diversidade étnico-cultural, a Rede Nhandereko incentiva a prática de um turismo fundamentado na qualidade ambiental, no envolvimento comunitário e na gestão participativa, cultivando a autêntica cultura quilombola, indígena e caiçara.
Os visitantes têm a oportunidade de vivenciar os costumes e valores dessas comunidades através da gastronomia tradicional, das danças, cantos e artesanatos, das vivências comunitárias com a pesca, do feitio da canoa caiçara, das diferentes expressões religiosas, entre outros. Tudo isso ocorre em meio à beleza da Mata Atlântica, com suas cachoeiras, praias, ilhas e fauna exuberantes.
Todas as atividades promovidas pela Rede Nhandereko são permeadas pela valorização dos conhecimentos ancestrais transmitidos por mestres e mestras, pajés e griôs. Além disso, há um forte enfoque na valorização cultural, na educação diferenciada, na agroecologia, no protagonismo feminino, no respeito ao meio ambiente e na governança comunitária.
Embora as iniciativas da Rede Nhandereko apresentem consideráveis diferenças em termos de estrutura disponível e experiência oferecida, elas compartilham princípios fundamentais do Turismo de Base Comunitária (TBC). Entre esses princípios estão a luta pelo território, a busca por uma vida digna e ocupação no território, a reprodução dos meios de vida tradicionais quando sustentáveis, a proteção do meio ambiente, a geração de trabalho e renda, o envolvimento dos jovens, as relações intergeracionais e a visibilidade ao protagonismo feminino.
O papel das mulheres como gestoras no Turismo de Base Comunitária (TBC) nas comunidades tradicionais fortalece a luta pela permanência nos seus territórios, a geração de trabalho e renda, o resgate e a valorização da cultura e o diálogo entre gerações.
RESULTADO ALCANÇADO
A Rede Nhandereko de Turismo de Base Comunitária conta com 16 roteiros em diferentes níveis de estruturação, sendo que 5 deles estão mais avançados e começarão a ser ofertados através de uma Central de Comercialização de TBC própria da Rede em 2024. A participação dessas comunidades promove o fortalecimento dos arranjos dos diversos destinos que integram a Rede. Além disso, são realizadas partilhas e oficinas de TBC para fomentar o desenvolvimento e a capacitação das comunidades envolvidas.
Foi desenvolvido um mapa de bolso dos roteiros de TBC da região, bem como uma página da Rede, facilitando o acesso às informações e promovendo a visibilidade dos destinos.
Recentemente, o Conselho da APA Cairuçu, baseado na Carta de Princípios da Rede Nhandereko de Turismo de Base Comunitária, definiu o TBC como um modelo de gestão da visitação protagonizado pela comunidade. Este modelo gera benefícios coletivos, promovendo a vivência intercultural, a qualidade de vida, a valorização da história e da cultura dessas populações, bem como a utilização sustentável dos recursos das unidades de conservação para fins recreativos e educativos. Este conceito incorpora também os territórios indígenas e quilombolas, assegurando que suas tradições e modos de vida sejam respeitados e valorizados.